Lost in reverie

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sábado, outubro 20, 2012

Fim de Tarde no Cerrado




Deitada na rede, com as pernas entrelaçadas nas de minha mãe, hoje senti o frescor da brisa de primavera num fim de tarde estonteantemente belo. O céu vestido de um azul pacífico, com nuvens em formatos que variavam de cachorrinhos correndo a alienígenas saídos de um filme de ficção científica. A rede ia de um lado a outro, sem a pressa de uma sexta-feira tradicional. Conversas de mãe e filha, com tal cumplicidade invejável, adentrando a tarde que ia ficando mais bonita com a proximidade do crepúsculo.
Não fosse o calor que fazia, eu teria apreciado um pouco mais. Mas contento-me em saber que minha mãe assim prefere. O Sol ia cada vez mais para perto do horizonte, e logo entrei para me arrumar à fim de ir à casa de meu pai. Me despedi, e fui. Subindo as ruas, comecei a admirar os tons que o sol mais alaranjado criava no ambiente ao meu redor. O verde das árvores e as cores das casas ligeiramente modificados, obras primas. Um ar primaveril revigorante. Fiquei como boba olhando para o céu de poucas nuvens enquanto caminhava, já chegando na casa de meu pai.
Com isso, me pus a pensar: será que muitas pessoas param para apreciar as coisas simples, como um fim de tarde bonito, do dia-a-dia? Vejo tanta gente correndo e sufocadamente atarefadas, sem tempo nem mesmo de ter uma noite tranquila com um sono de qualidade, que eu não sei quantas pessoas param para reparar na beleza das coisas simples. É tão revigorante e prazeroso observar essas coisas, e acho que poucas pessoas sabem o valor disso.