Lost in reverie

Lost in reverie

terça-feira, setembro 28, 2010

Só o que me resta



Já está tudo tão confuso
Não sei mais o que é vontade ou desejo ...
Estou me prendendo cada vez mais num universo paralelo, num mundo impenetrável
Nem o amor, que antes tanto me encantava, consegue ultrapassar as barreiras que construí ao meu redor
Se me perguntam como sou, simplesmente não sei responder
Minha lucidez não condiz com o que sinto
Mas as paredes sou eu quem as cria, os muros intransponíveis sou eu quem os constrói
Só há um pequeno detalhe, muito relevante, de fato: eu mesma traio-me !
Também não sei como é possível, mas isso ocorre, sem sombra de dúvidas
Maldito subconciente que faz com que você se torne presente mesmo quando faz tanto tempo que não lhe vejo ... Maldito seja todo esse sentimento que não vai me levar a lugar algum, a não ser à destruição
E essa traição custa-me o tempo em que eu levaria pra esquecer-te. Agora vai demorar muito mais!
E eu te vi mais uma vez, e eu senti novamente a mão gélida e suada. Como sempre senti desde que te conheci.
E então fecho os olhos e começo a formar as belas imagens de um futuro minuciosamente sonhado e planejado ... mais sonhado, é verdade.
Doces são os dias em que vejo tua beleza, e como são! Pena serem raros. E o que me resta é ficar lembrando e relembrando todos os dias que te vejo.

E já é Primavera ...



É quando pensamos que somos fortes que sentimos a verdadeira fraqueza. Existe um medo constante de não conseguirmos aquilo que nos propomos a fazer. Mas existe ainda mais dú- vidas sobre se isso é mesmo o que queremos. Há o medo, há a esperança ... Mas não devemos nos deixar levar por incertezas, pois sabemos que podemos vencê-las, basta querer. É só tentar achar uma fonte de poder para seguirmos em frente. Cada um tem a sua fonte, é só descobrir qual ela é. Eu achei alguma fonte, mas não sei como a perdi! Ela fugiu de mim, de alguma forma. Acho que ela não me pertencia. É, agora pensando bem, ela nunca me pertenceu. Ela se foi, e voltou, por tantas vezes. Mas nunca consegui tê-la em minhas mãos, nem sequer por um inteiro minuto. Ela escapava aos meus olhos. Mas eles, de tão cegos, só conseguiam ver de ti a energia fluindo, dando-me forças e alegria, contentando de alguma maneira, o coração que busca um pouco de amor nesses teus lábios. O sorriso desavergonhado. O olhar que busco todas as vezes em que sei que posso lhe encontrar.
E será mesmo possível que tu, mesmo sendo tão inteligente, não tenhas notado tudo o que sinto? Eis a pergunta que não me entristeceria, pois se ainda me dirige o olhar, das duas uma: ou não notastes ainda ou também sente algo. Aaaah dúvida crudelíssima! É insensível e categoricamente rigorosa. Desfalece o sorriso quando os anseios que dela afluem possuem-me. Murcham-se as flores que tenho no mais belo canto do coração, onde guardo a ti com tanta afeição. E me pergunto se isso um dia passará. Verdade seja dita neste lugar: VOCÊ NÃO ME SAI DA CABEÇA! E já é tão tarde ... 
O vento soprou, uma ideia surgiu. Senti no corpo aquele vento levemente molhado pelas gotas da chuva que está por vir. E já é primavera há quase uma semana, o verão aproxima-se, e eu ainda não estou certa de que o Sol do amor brilhará em meu olhar mais uma vez. Para isso, dependo única e exclusivamente de ti.
TE AMO!

terça-feira, setembro 21, 2010

Jaz Algum Sentimento (sonho, doce sonho)



Hoje há mais do que solidão, há mais do que sonhos, há mais do que sentimentos. Há razão. Não há apenas aquela garota tímida, inocente, boba, que sonhava em alcançar estrelas sendo que nem conseguia tirar os pés do chão. Há a verdade. E não me isolo num canto qualquer para expressar a dor ... eu já não a sinto mais aqui. Talvez tenha se petrificado ou adormecido, para acordar na hora em que a realidade adentrar o coração. Por enquanto continua tudo quieto e tranquilo aqui por dentro, como sempre esteve, na maioria das vezes. É incerto, mas espero continuar assim. É verdade, não sei como reagirei em tua presença, mas prefiro descobrir quando é chegado o momento (sofrer antecipadamente pra quê?). Já é noite, ainda não dormi, muito sono. Mas eu ainda reviro certas coisas, enquanto eu preferia jazer em qualquer lugar. O sono eterno é um bom remédio para vítima. Os efeitos colaterais cabem aos que ficam, aos próximos. Amigos, família, colegas e até inimigos, os da melhor espécie. Seria bom sim, de fato. Mas nem tudo é como se quer, continuemos a saga da vida, que nos leva a trilhar caminhos distintos ou familiares, difíceis ou simples. Confuso? Não se preocupe, João Guimarães Rosa é bem pior, eu garanto! Mas voltando. Ah como eu queria um descanso, profundo. E quando acordasse não me lembrasse de mais nada. Estaria pronta, assim, para recomeçar. De qualquer que fosse a localização. Mas como sempre, a amnésia é privilégio para poucos. E os que a tem, não desejam tê-la. Velho ditado; velho mundo; velhos humanos (cada vez mais decadentes, de fato); velhos conflitos; velha, dura e doce vida.

quarta-feira, setembro 15, 2010

Fluxo Temporal

O tempo veio e já se foi, e ainda continuo presa em algum canto desse fluxo que não para. Tentei, por vezes de fato, amenizar a situação e tentar achar uma solução lógica e viável. As coisas escaparam, como o ar escapa às mãos. Encontro uma árvore no meio do caminho, recosto-me sob sua sombra e, num súbito intento de me achar, agarro-me às explicações mais tolas que consigo encontrar dentro de mim. Aquele tempo em que eu podia viver sem pensar, sem lembrar, sem sentir, se foi. E vejo que agora, mais do que nunca, que dependo. Pura e simplesmente de uma resposta. Qualquer que seja ela, eu dependo. Por mais que eu a tema ouvir é necessário. E não consigo ver um jeito de me livrar dessa aflição. Sim, estou aflita! Pois não sei por onde ir sem ter o que me aliviaria ou me mataria de uma vez. E pode doer o que vou ouvir, mas tentarei, como sendo um último apelo por essa insistência (ah como eu queria que o que eu penso se tornasse real...). E não adianta dar tempo para pensar, para ver que é passageiro. Como se vê o que não existe? Mentindo? Não se mente pra si mesmo, não há como quanto à isso. Quisera eu tivesse... e quem sabe assim eu poderia esconder de mim mesma tudo o que sinto. E poderia seguir o fluxo temporal numa boa, sem parar em nenhum lugar, em nenhuma lembrança. Mas eu sei que seguirei de qualquer modo, com ou sem dor.
Te amo.

terça-feira, setembro 07, 2010

Uma Gota (um ano)


Estou pairando sobre esse ar denso
Fez hoje, exatamente um ano
Ninguém se lembra, não há memória sobre aquele dia
Apenas fotos de um único olhar
E quem disse que estás aqui para dividir comigo?
Não, não poderías ... É algo que se faz sozinha 
Procuro desviar os pensamentos ,
Mas a música que toca lá fora não me permite
Ela passa pelos meus ouvidos e atinge o alvo
O som que faz despertar todas as particularidades
Aquele intenso pulso ao refazer o que aconteceu há um ano
E eu que pensei que fosse breve ...
'Aquele sentimento que era passageiro não acaba mais'
Continuo escrevendo teu nome, em qualquer lugar
Porque já não há espaço suficiente para reescrevê-lo no coração e na mente
E mesmo depois de tanto tempo, ainda sou aquela mesma covarde
Tão covarde que prefiro que você enxergue tudo nas mínimas coisas
Não é questão de ser madura, é apenas a mera covardia
É o medo de que saia da tua boca o que mais temo ouvir
Pois nada é certo, e tenho tanto medo de minhas incertezas
Sei que eu, de minha parte, estarei sempre esperando
Com aquela gota de esperança que incendeia todo o resto
Que põe mais fogo ao que já queima tanto ...

quarta-feira, setembro 01, 2010

Brevidade


O teu olhar me segue. Já não posso sentir a realidade. O coração lateja num pulso incontrolável, que de tão forte posso escutá-lo. A respiração está ofegante. As mãos trepidam, fazendo com que as gotas de suor caiam, suaves como o orvalho na alva desse amor. Cintilam os olhos que buscam ver além do castanho profundo. Transpira a pele que aflora dum vermelho incandescente, um calor que não se refresca. Sonha o coração que só quer o afago de sentir o teu coração pulsando junto ao meu corpo. A tua beleza irradia-me quando vejo, através desses olhos sedentos, a tua imagem.
Guardei uma foto tua, apenas uma palpável. Mas você se encontra todo em mim. Os traços de um alguém ao qual quero pertencer e também poder dizer, de peito estufado e com um intenso brilho dum olhar doce e meigo quando observo-o: "Também és meu!" Pensei que tudo acabara na brevidade daquele olhar. Doeu profundo, na alma perdida, aquela olhar. Mas talvez eu só estivesse em busca de sentir toda a dor junta, duma vez, e livrar-me dessa fraqueza, que agora soa como se fosse todo o meu ser. Um motivo bobo, algo sem algum sentido. E realmente doeu! As lágrimas apenas codificaram aquela angústia transformando-a em algo físico para que saísse do meu interior. Devo confessar que na hora em que elas desceram por aqueles olhos tristes, aliviou-me algo. Mas definitivamente não se foi o sentimento, pelo contrário. Aquele amor continua vivo, pulsante e firme. E a cada dia que passa posso ter mais certeza de que é você quem me tira o chão e dá a nuvem. Quem me tira o oxigênio para você mesmo ser o ar. Me impõe dor e se torna o sangue a correr por minhas veias. Felicita-me o teu sorriso desavergonhado, tornando-se cada dia mais O MEU PRIMEIRO AMOR.

Essência


Sentada na varanda da humilde casa, ela tece seus sonhos a cada ponto que dá na renda simples que está a confeccionar. Dá uma rápida descansada de vez em quando. E em cada intervalo dá um leve sorriso, lembrando-se de algo bom. Então, volta a costurar, com mais ânimo, como se o que tivesse lembrado estivesse sendo incorporado à sua criação. O vento soprou, balançou seus cabelos, jogou alguma das folhas secas que haviam caído em seu quintal para dentro da varanda. Observando o movimento das folhas secas, caídas, olhou num impulso para as que ainda se seguravam na árvore. Parecia ter viso o que a folha que caíra deveria ter sentido, se possuísse sentimentos, quando se viu indo embora de onde passara toda a vida. Deixava seu lar, sem querer. E nesse momento, passou pela cabeça daquela jovem moça, que ela também era como a folha seca. Deixara para trás, não por opção, tudo o que sempre a acompanhara. Naquela hora, sentiu o vazio que a saudade impusera-lhe. E quis voltar.
Correu casa adentro, largando tudo sobre a mesinha de café da varanda, abriu as portas de seu guarda-roupa. Tirou algumas coisas do lugar e pôde avistar uma antiga caixa, empoeirada e com um tom amarelado, causado pelo tempo. Abaixou-se e a pegou em um leve movimento das mãos, tirou a poeira de cima da tampa e sentiu o tempo que passou sem que ela nem ao menos pensasse naquela caixa. Abriu-a. Havia uma bagunça na caixa, mas parecia que ela havia se encontrado. Fotos, desenhos, cartas. Uma infância, uma adolescência, uma vida passada, uma outra vida. Se lembrou, olhando aquelas velhas fotografias, de como era brincar em pequenas casas de madeira, fingindo ser a mamãe que de tudo cuidava. Voltou ao passado. Parecia tão distante, mas ainda fazia parte dela. Sua essência estava ali, só a havia perdido por um instante entre uma pedra ou um caminho alternativo que a vida lhe ofereceu. Mas ainda era aquela mesma garotinha das fotos. E caiu aos prantos ao perceber que ela deixara tudo e todos ao seu redor passarem. Se viu sozinha naquela casa, e só o que a fazia companhia era uma boa xícara de café, que não tinha com quem compartilhar ou brigar por ele ...

É Outono ...


Sou eu quem mais uma vez vai ficar sentada, debaixo daquele velho ipê, o qual as flores abandonaram. É outono. E volta a rotina do frio intenso que faz desde a noite até o amanhecer. Bate outra vez a esperança da renovação. E ali mesmo, na sombra do velho ipê, transcrevo minhas emoções num profundo estado de nostalgia. Recordações pintam a minha mente, ora com cores fortes, intensas e de um brilho de tirar o fôlego, ora com tons melancólicos que vão do branco, que faz doer os olhos de observá-lo num relance, ao preto profundo e solitário. E as junto, todas descritas em um caderno ao qual o tempo já enrugou suas folhas. E o barulhinho leve e inconfundível que elas emitem me dão imensa paz e tranquilidade. Observo bem aquele horizonte. O Sol vai descendo num tom laranja encantadoramente belo e radiante. Essa luz incandescente invade o meu campo de visão e ilumina todo o meu ser através desses olhos que a tudo observa. E me inspira para seguir em frente com a ETERNA MANIA.