Lost in reverie

Lost in reverie

domingo, julho 31, 2011

Fúria de Inverno




Corre menina-mulher, que o horizonte está distante! Nada é certo, ainda pode mudar o que quiser que seja diferente. Vai longe, não olhe os muros, os obstáculos, o caminho passado. Não tema a escuridão, ela terá ido embora ao nascer do sol. Vai que os campos floridos estão esperando adiante. O inverno faz parte do caminho, mas a primavera vai ajudar-lhe a sanar tuas preocupações, oh doce menina-mulher. Faça das pedras tua fortaleza e dos machucados boas histórias. Sei que o inverno agora parece insuportável. Mas ainda terá dele lembranças que fortalecerão os teus passos. Voe! Alto. Junto das águias. A escuridão não fere a sabedoria. Se te dói a ferida, se te é insuportável, aguente por mais um pouco, e logo ela será tua fonte de energia e coragem para enfrentar o futuro. Não, não olhe para trás! Já foi tão longe e querer desistir aqui não seria sensato. Ande! Pegue o que tens, junte todos os amores, todos os sonhos, todas as dores, todas as (des) esperanças, e corra! Fuja de sua fraqueza! Pois o tempo não será gentil mandando-as embora.



O segredo é tentar procurar a beleza e o lado bom de toda e qualquer situação!




Rage of the Winter - Rhapsody of Fire


Rage of the winter magical wonder
Enchanted fury magestic force 

sexta-feira, julho 29, 2011

Tarde Primaveril




Vales profundos, sol flamejante, ventos do sul indicando o verão que está por vir, campos floridos, vestidos de multicor. Os olhos, azuis como o azul do lago cristalino, observam atentos o cantar dos pássaros, que voam livres e satisfeitos. A luz aquece a pele branca como a neve e ilumina um rosto estonteantemente belo, porém cansado. Os cabelos compridos, dourados como o próprio sol, balançando-se, seguindo o movimento do cavalo a galope, em contraste com o verde vivo que cobre os campos e as árvores, enfeitadas pelos seus frutos. Correndo de encontro à sua amada. Olhos cor de mel brilhantes, vendo seu cavaleiro chegar de uma batalha tão extensa e exaustiva. Cabelos castanhos ainda mais longos que de seu amado, adornando um rosto exuberante e delicado, soltos ao vento da tarde.
O corpo macio da donzela vai de encontro à armadura. Suas mãos suaves percorrem as mãos calejadas até chegar ao rosto abatido, que de leve sorri. E consolo ali o cavaleiro encontra, esquecendo-se dos horrores vistos há pouco. Inebriado pelo perfume de flor que emana de sua amada e dos campos ao redor deles. Um beijo suave, saudoso, afetuoso. E em seu abrigo particular, o cavaleiro deleita-se, eternizando cada segundo para si.



Never Forgotten Heroes - Rhapsody of Fire





Airin 'the rose', Arwald 'the rock'
Great example of pure love 

quarta-feira, julho 27, 2011

Ela e o sonho




Ela sentiu o mundo desabando sob seus pés e seu sonho se desmanchando diante de seus olhos, sem que nada pudesse fazer. Ela tentou achar meios que explicassem aquele pesadelo. Ela buscou os detalhes. Ela quis chorar. Mas nem isso ela conseguiu em toda sua dor. Nenhuma lágrima lhe desceu pelo rosto pálido e tristonho. Ela mal podia acreditar que todo seu esforço, toda sua luta, toda sua esperança, foram em vão. Ela não quis gritar, não quis explodir, não quis fugir. Não tinha o que dizer, não tinha combustível, não tinha pra onde correr, de qualquer forma. Seu único desejo era deitar-se, em qualquer canto escuro e frio, fechar os olhos e esquecer que toda sua vida estava passando em câmera lenta. Seu único aliado era o silêncio. E em seu silêncio ela permanece até agora ...



Quando o seu sonho se vai e não lhe resta mundo para ficar seguro
Quando sua esperança é destruída, o escuro medo vem e se estabelece
Quando suas lutas e razões de as fazerem caem por terra
Tudo que lhe sobra é um amargo pensamento imaginando "onde eu errei ?"






Lonely Day - System of a Down



Such a lonely day, and it's mine
It's a day that I'm glad I survived

terça-feira, julho 26, 2011

Hard Day




Hoje as palavras estão ao sabor do vento. Perdidas, inconstantes, imprecisas. Elas podem voltar, e fazer rotina de habitação em algum lugar aqui por dentro. Mas eu sei que nada vai durar por muito tempo. Essa alegria vai passar (já passou). A tristeza que vem (já está aqui, de fato), também vai passar. Logo virá a frieza, a indiferença ... Mas elas também irão passar. E o que vai sobrar ? Ah, não me pergunte. Porque o que eu sei é que tudo isso irá embora, e o que ficará vai ser muito triste para que eu queira lembrar.
Os vales dourados não mais terão o sol para lhes banhar. Os céus escuros não mais terão estrelas para lhes enfeitar. E o que restará então ?? Me diga, o que restará de tudo isso ?? Não, não quero mais saber. Prefiro a dúvida. É inútil ter uma certeza tão devastadora que vai fazer com que a desistência seja a melhor opção. Eu não quero desistir, não agora. Mas os caminhos estão tão difíceis que às vezes só consigo escutar meu lado fraco. Por onde anda a coragem, o destemor, a paixão, a vivacidade com que experienciei toda essa longa estrada até aqui ?! Não sei ... se esconderam ... estão longe daqui ... já não consigo mais enxergar o horizonte ...




São palavras, apenas palavras ... Hoje eu não queria ter acordado! Tive um dia de angustia, um dia ruim, um dia sofrível. E agora escrevo lamúrias, para que eu possa pelo menos me aliviar um pouco dessa carga emocional. Está pesado para mim ... Anda muito pesado ultimamente. Não sei bem se estou na época certa para vivenciar tudo o que estou passando. Mas, querendo ou não, esses dias iriam chegar. Se para mim foi mais cedo, ótimo! Alguns passos à frente só me acrescentam ... Mas não creio que meu lado emocional estivesse realmente preparado para isso! O que já não importa mais, pois estou vivendo. Não há como evitar, ou parar, não tem mais volta. Sendo assim, devo reunir forças, o máximo que eu puder, para que eu não desista!

segunda-feira, julho 25, 2011

Loner's Glimpse




Creio estar perdendo o rumo, a direção, a razão. A cidade nunca foi tão impessoal, triste, medonha, solícita. Ela faz com que eu me torne essa ilha humana, e a agradeço. Sim, pois não quero me encontrar com qualquer um hoje. Não quero sonhar com sonhos perdidos e desejos estritamente proibidos. Eu queria me perder de verdade, sentir o vento no rosto enquanto corro pelos bosques e estradas desertas. Sentir o frio úmido que não há por aqui. O norte de verões frios e sossegados. Ver a noite escorrer-se, as estrelas brilharem, calmas e serenas, o vento da meia noite soprar e me encontrar ali, no meio de tudo, no meio de nada. Estar livre de qualquer pensamento e me concentrar apenas no que é físico e está presente na noite amara de solidão. Vez em quando penso como seria se fosse eu e apenas eu. Devo mencionar que realmente de vez em quando me parece muito mais atraente do que realmente possa ser. Acender uma fogueira à beira de uma passagem d’água. Ver o Sol amanhecer tímido em meio às nuvens pesadas de inverno. E não se preocupar com o dia que amanhece, pois ainda é cedo para se tornar o que é inevitável.


Tantas coisas poderiam ser evitadas, tanta dor, tanto sofrimento
Mas chega uma hora em que a realidade é cruel e nos castiga, pelo simples fato de estarmos vivos
Não há como evitar, não como fazer com que tarde, não há escapatória desse jogo
As regras não são nossas, não nos cabe interpretá-las, burlá-las, trapaceá-las
E por tanto viver em tão pouco tempo, sinto-me cansada




Wearing The Inside Out - Pink Floyd



quarta-feira, julho 20, 2011

Onde Estamos ?





O teu olhar ardendo em prosas e brasas esvoaçantes pela corrente do tempo
Onde está a minha máscara para esconder o temor e desespero de saber
Onde ficam os teus sinais, que antecedem o desconhecimento do meu ser ?
Mostre-me teu rosto, tua boca, teu olhar perdido em meio à noite fria e solitária
Este lugar, o que lhe ocorre sob essa luz ? O que nos ocorre em lembrança e vontade?
O quão distante estamos ? O quão próximos ? O quão (des) conectados ?
Será que podemos ser mais do que somos agora ? Será que você pode ? Posso ?
Talvez nós, nossos caminhos, foram entranhados no desconhecido amaro solidão
Ora, pense comigo, como antes: o que nos divide ? O que nos junta ? (Mesmo que seja em meus pensamentos)
Cansada estou de esperar pelo dia que não chega, e nem chegará
Uma questão de força maior ? Talvez ... Destino ? Não acredito nisso ... Circunstancial ? Que palavra ficaria melhor do que essa ...
Mas teus olhos não se comunicam comigo, estão apartados, destemidos e aparentemente tão fortes
Já não os posso resistir e não quero mais ver o brilho deles n’outra direção



O tempo passou e correu enquanto eu não pude lhe alcançar
Ou será que você ficou para trás nessa corrida desesperada que iniciei ?
Ah, não consigo lhe enxergar nessa temepestade
E meu refúgio está em outros cantos que não sejam os dessa casa fria 

quarta-feira, julho 06, 2011

Restos





 Gama, DF                                I de Julho de 2011


Cala-se a voz razoável e cheia de animação, pois a casa é silente e devota à escuridão. Andar por esses caminhos que a insegurança vela é uma rotina que dia a dia se concretiza. Um mantra em voz baixa, uma ordem, um vício, uma doença, uma praga incurável. Ela gostaria de se escorar pelas paredes e nos objetos, tateando-os, até achar a luz. Porém, é mais fácil ficar quieta, deitada em sua cama fria e desconfortável. A noite não passara, e foi torturante escutar o barulho do relógio martelando cada segundo que se passava. O vento que passava por entre as brechas da janela que mal se fechava. A casa velha e puída, uma madeira consumida pelo tempo.  Assim como seu coração. Lutando arduamente para que seus pensamentos a deixassem em paz para que pudesse dormir. Mas eles não se foram. Ao contrário, aumentaram a cada toque do relógio. Ela olhava a luz pálida da Lua em busca de companhia, os olhos que um dia a contemplara, o calor do abraço e do beijo que com fervor adentrava a noite sem que pudesse notar. Agora tudo se foi.
A luz da manhã lhe faz mal. Ela que achara a noite ruim, viu que o dia poderia ser ainda pior. Brilho que lhe cegava, lhe fazia querer esquecer quem era e recomeçar. Mas tudo que ela conseguia era apenas fechar os olhos, querendo escapar do oposto à escuridão e morrer, apenas. Bem, nem a morte lhe sorriu dessa vez. Restou-lhe apenas vestígios do que fora um dia, lembranças, memórias póstumas, dores e a incerteza do futuro, a pior parte em sua excelência ...