Lost in reverie

Lost in reverie

segunda-feira, março 28, 2011

Vário







E eis que há uma nuvem que paira sobre mim, sobre nós. Mas ela está indo, ela se foi. O Sol nasce lá fora, o céu clareia aos poucos e a noite passou num segundo tão curto. Não que o haja mais longo ou menos longo, é só que eu não o notei passando ... Foi uma sensação de estar exatamente onde se quer estar, com as pessoas que se quer estar. Não precisei de qualquer estímulo para permanecer de pé e ver as ruas clareando-se em tons incandescentes e as luzes apagando-se uma a uma.
Mas um olhar que há muito não via, chamou-me a atenção. O olhar da pessoa mais íntima à mim, mais chegada. Os olhos de alguém que me prende, que não me deixa em paz, que não me liberta. A pessoa que está sempre em meus pensamentos, sempre em meus planos, sempre em egoísmo. Deparei-me com o espelho e olhei dentro de meus olhos .... Há muito não os via tão intensos, cheios de dúvidas, medos e certezas. Era tanta coisa junta que não os pude fitá-los por muito tempo. E será que livre os poderia ver mais uma vez ? Livres da dúvida, das emoções, das próprias certezas ... Eu vi, daquele plano, olhos que mudam a direção com uma constância inconstante e sofreguidão. Tamanha era a vontade de não tê-los visto tão diverso, corri dali. Fugi para onde o olhar apenas fitasse os outros olhares que me acompanhavam madrugada à dentro.
A madrugada foi, como da outra vez, memoravelmente boa. Eu tive uma leve sensação de estar perto o suficiente do que eu quero há tanto tempo.








Anoiteceu em Porto Alegre - Engenheiros do Hawaii




sábado, março 26, 2011

É Estranho




Eu estava a sonhar em versos distantes, versos que outrora confundia. Por medo. Sentei à janela, tomando um bom chá, vendo a chuva cair. Sentir, pensar, ser e estar. Um beijo que faz falta, um sentido perdido, um atraso para perceber. Agora eu arrependo-me, mas eu sei conviver com isso, por enquanto. Não sei o que fazer para desligar meus pensamentos. Desligar ... Eu concentro-me em tudo que está ao alcance. Busco aprender a te esquecer. O que bastou foi ver-te aquele dia.
E agora ao recordar de minha tenra infância, pergunto-me se um dia voltarei a ter aquela paz inocente. Não pretendo fugir de mim mesmo, é impossível! Por isso vou buscar outros ares, outras direções, outros momentos. O seus olhos, o teu olhar, o teu pulso, tua firmeza. Não me pertencem. Não sei ser teu dono, não o poderia. Não o quero! Eu queria que tudo voltasse ao normal, sentir e não saber, ver e não perceber, não tocar. Porém, agora é tarde. Fico feliz em saber que não mais me envolverei ... Nada quero por agora, nada quero durante um bom tempo. Não soube aproveitar minha liberdade, mas aprendi a lição.
E que de hoje em diante, saibamos viver da melhor maneira possível ...





Não é Fácil - Marisa Monte


quarta-feira, março 23, 2011

Acerca das Memórias




23/03/2011                          Brasília (UnB), DF                         13:10

Eu vejo a cidade, as ruas, os prédios e construções. Ora sinto um vazio, ora completo-me satisfatoriamente. Eu quis o afago de um beijo molhado, um corpo suado. Prazer igual à este, jamais tive, bem sei. Foi tão surreal que pensei não estar ali. A mente viajou em vícios externos. Eu não acreditava mesmo que aqueles corpos pudessem estar em união àquela hora. Era um mundo tão perfeito em minha mente, que meus defeitos ficaram em segundo plano. Me senti livre pela primeira vez. As marcas foram mais do que superficiais.
Acerca de tudo isso, pensei em analisar como seriam as situações diversas que pudessem (podem) surgir ao longo do tempo que consome à mim, mas é incapaz de apagar qualquer detalhe que não tenha passado despercebido. A vivacidade das sensações permanece intacta por aqui. E bem, seja como for, não tenho medo do que possa vir depois. Sei que a decisão será tomada e não posso culpar, seja por fracasso ou sucesso. É inconcebível, de minha parte, querer ter mais do que eu já tive e do que eu já pude ter.
O que escrevo são apenas pensamentos perdidos no frágil elo que divide a dúvida da certeza. A realidade é provada inútil para livrar-me de mim mesma. A válvula de escape não possui dispositivos de segurança. O que é seguro inexiste. E como consequência, fito o horizonte com um par de olhos castanhos solitários.






Tempo Perdido - Legião Urbana


segunda-feira, março 21, 2011

É Outono (novamente, renovantemente)







Hoje é o Equinócio de Outono no hemisfério sul. O Outono Austral.

BEM-VINDO OUTONO!

É o início de mais um outono. No norte é Primavera .... A querida Inglaterra florescerá dentro em breve. Mas isso ainda não vem ao caso. A questão é que estamos entrando na estação, do meu ponto de vista, mais bonita do ano. Onde as flores das árvores caem enfeitando o caminho. Uma highway, que é tão individual, decorada com flores caídas ao chão, não é nada mal.
Estação do meu nascimento, identifico-me com o Outono. Talvez por sua melancolia e renovação, não sei. Mas aprecio profundamente minha estação natal (se é que esse termo existe rs).


Além disso, temos fatos históricos que ocorreram em muitos dias como este, dias 20 de Março ... Entre eles, eis alguns:
 1781 - Pierre Méchain é o primeiro a observar as galáxias Messier 95 e Messier 96 na constelação de Leão;
 1786 - O Rei Gustavo III funda em Estocolmo a Academia Sueca para promover a língua e a literatura suecas nos moldes da Academia Francesa;
 1882 - O astrônomo francês Édouard Jean-Marie Stephan descobre um conjunto de galáxias, mais tarde conhecido por Sexteto de Seyfert;
 1916 - Albert Einstein publica sua teoria geral da relatividade;
 2006 - Inauguração do Museu da Língua Portuguesa.


Dia importante na história da Astronomia, da Física e das Letras (que tanto amo). Dias de glória para o conhecimento geral da humanidade, que a cada vez mais se aprofunda. (O que também pode ser uma armadilha mortal - literalmente!)


Seja como for, a melhor estação do ano começou!
WELCOME AUTUMN!


As folhas caídas podem ter vários significados, bons ou ruins
Cabe à você escolher o que quer que signifiquem ...
Morte ou Recomeço!
Tempo de deixar velhos hábitos enterrados e começar uma vida inteiramente nova ?
Talvez ...



Outono em Porto Alegre - Engenheiros do Hawaii


domingo, março 20, 2011

Phoenix







Eu provo o amaro da solidão e o seu doce veneno
Implantando e arraigando a dúvida e o medo veementemente
Uma dança de memórias vivas nas florestas da noite
A Lua cheia desaparecera em meio a tempestade iminente
A adrenalina percorre as veias num ritmo alucinante
Os pensamentos e ideias voam com o vento, sem fronteiras
São irregulares, formas distorcidas e dançantes
Beijando-me o vento sopra num toque gélido, à morte beira
Virtude e defeito se misturam no ar congelante
O fogo iluminando pouco, queimando lento
O calor proveniente não é suficiente para me aquecer, calor latente
O suave barulho das brasas não é capaz de me dar acalento
Eu sinto o mundo desabando atrás de mim
Dos meus passos eu vejo o passado surgindo involuntário
Mas eu sei que ainda posso vencer, me acostumar, não é o fim
Mesmo que das chamas eu tenha que surgir, a solidão vencida será
Escolha feita, malas prontas e um futuro sozinho a seguir ....




Das noites escuras eu me lembrarei,
Quando todos os ventos se calarem e eu não tiver alguém
Eu lembrarei de você e das coisas que em comum nós temos.
Eu te deixo, sozinho, seguir o teu caminho
E cuido para que aquilo que construímos não se auto destrua
Cuido para que o meu amor não passe dos limites aceitáveis
Zelando por ter teu carinho, não quero perdê-lo
É por isso que sozinha seguirei ... Se não me cabe escolher com quem ficar, também não o quero
Não o quero mais como outrora já desejei lhe possuir
Só quero o teu bem e a tua felicidade, sempre.











Autumn Twilight - Rhapsody of Fire


quarta-feira, março 16, 2011

Outra Dimensão




A canção parou de tocar. Será que as caixas de som emudeceram ? Perderam o som, o tom, o caminho. Deram passagem ao surgimento da dúvida. Será que o caminho seria encontrado e retomado pelos acordes e melodia ? Voltaria, algum dia, a tocar as notas que outrora me tocaram ? Ah! ...
Como eram suaves as batidas que embalavam meus sentidos. As emoções afloravam em evidência, num arrepio da pele. A sequência de notas progredindo pouco a pouco, elevando a excitação e a expectativa, chegando a um clímax auditivo de intenso deleite. E numa viagem transcendental, ultrapassava o ténue limite entre o que é real e o figurativo. E quando totalmente envolvido num ecstasy, subitamente a urgência da melodia torna-se calmaria e suavidade. A volta do mundo paralelo.
Mas já não tocam mais. As caixas de som da minha vitrola pararam, estão caladas. Me sinto preso de novo à realidade e não consigo ultrapassar a fronteira que me divide do ideal. Com elas em silêncio, sinto-me deslocado de mim mesmo. É como se habitasse um corpo estranho ... Preciso da música. É ela quem move meu ser e estar.










Shine on You Crazy Diamond - Pink Floyd


segunda-feira, março 14, 2011

Time for Changing




A porta fechada.
Você deve destrancar, achar a chave e correr para dentro ou para fora
O que você quer ? Escapar ? Investir ?
Mudar a vida tomando alguns passos necessários
Mudar drasticamente ? Definitivamente ? Dar um tempo ?
É tudo uma questão de se achar a chave
Se ela está presa em um elo perdido, ache a solução para resolver o quebra-cabeças
Junte as peças e encaixe-as para a liberdade
Fazendo com que tudo torne-se um pouco mais simples e possa respirar
Se algo lhe prende, diga adeus
Às vezes a mudança, a passagem para uma outra fase, torna-se necessariamente obrigatória
O medo é natural, desistir é opcional
Mas não há muitos lugares para onde se possa correr, não é mesmo ?
Se o dia de mudar chegou, enfrente ...
Melhor do que tentar mudar a direção dos ventos e frustrar-se, por mais tarde ver que de nada adiantou
So, LET'S GO AHEAD!











Dream Theater - A Rite of Passage


domingo, março 13, 2011

Desabrigo







Hoje, deitada na cama, sob um dia perfeito de chuva e céu escuro, senti algo que há muito não sabia existir. O quarto estava pálido, sóbrio. As letras do livro o qual eu tentava arduamente ler começaram a embaralhar-se, formando códigos ilegíveis, indecifráveis. 
Um turbilhão fazia com que meu corpo estremecesse e me lançava contra os meus muros de proteção. Eu tentava escapar, mas dentro de mim não há refúgio para eu mesma. Todos guardados sãos e salvos, mas eu sobrava em algum canto desprotegido e totalmente vulnerável. Eu não consigo fugir do que eu sinto. 
A convivência 24 horas comigo mesma fez-me fechar algumas portas e abrir os olhos. Sentir com intensidade o que me dá prazer descomunal, alegria intensa e trajada. Trajes galantes e sorrisos emoldurados numa face fria. O caminho por detrás perfumado pela fragrância excepcional e marcante de quem sabe o que quer e nada pode-se fazer à respeito. 
Eu desejei outrora ser como o pássaro, livre de tudo. Mas aprendi, observando cada passo e suas consequências, que não posso privar-me das obrigações e dos meus objetivos. Devo lutar por eles até o fim (seja a sua conquista ou o meu próprio fim). E não os desisto mesmo sob enfrentamento de desejos. E meu desejo agora opõe-se ao que realmente posso. Está num horizonte que, distante, mistura-se com as cores de um Sol tímido tentando penetrar as nuvens pesadas. Mas também aprendi que esse desejo não posso deter. É um amor mental. É um amor alter ego.

sábado, março 12, 2011

Alter Ego








Eu poderia correr, me esquivar, me esconder
Eu poderia seguir, sem desistir, sem temer
Eu calculei as variáveis, tentei tomar um gole da intimidade
Não fechei os olhos e não sonhei, era apenas a verdade
Avaliei as chances, os riscos, as probabilidades
De uma relação alter entre eu e meu eu
Dando-me conta de que um velho eu já se perdeu
A imagem invertida atraiu-nos para o fatal
É tão bom quanto é ruim, chega a ser surreal
O jogo de palavras, olhares refletidos, observação
Detalhismo impresso em cada movimento, no pulsar do coração
E com as mãos trêmulas, frias, encosto-as em mim
Sentir o meu calor e tocar-me, dessa maneira pude sentir
Talvez tenha sido a mesma sensação em corpos diferentes
Uma noite fria com um desejo sublime e ardente
Quando o equilíbrio foi quebrado e substituído por algo estranho
Algo intenso, que vem de dentro, que vem dum acanho
A noite não finda e permanece acesa
Mesmo parecendo tudo bem está tudo às avessas


sexta-feira, março 04, 2011

Versos de vitória apesar da solidão




Ela viu o céu desabar
O cinza caía molhando a terra
Batia no telhado e na calçada
Lavava as flores e a alma cansada
Ela deitou na relva e sentiu a chuva forte castigar seu corpo
Ela viajou nos pensamentos de quem está com a mente pesada
Sentiu toda a força de vontade brotando
E levantou-se para prosseguir cantando
Cantigas de vitória dos antigos guerreiros
Vitórias lutadas, sangradas e vencidas no fim das contas
Com o suor que lhes corria pela face venceram
E em seus versos ela via a luz irradiando por sobre ela
Mesmo em toda sua sobriedade, o dia ganhara um novo tom
Tons de alegria enaltecidos pelo ritmo da canção
O mundo não lhe sorria, mas ela o sorrira tentando encontrar a direção
Ela vira a esperança ressurgindo com os raios tímidos de sol
Então ela ergueu a cabeça e orgulhosa seguiu seu caminho
Não houve erros, culpa
Sozinha, sem medo do futuro, com um olhar emoldurado em seu rosto branco
Um sorriso esboçado, mas confiante
E se foi ... Triste, feliz, confiante, sozinha ...

quinta-feira, março 03, 2011

É difícil voltar





Na simplicidade dos meus versos vou cantando, contando, compondo
Vou seguindo os olhos de meu observador e o guio por entre caminhos perdidos de minh'alma
Caminhando sozinha pelos vales que despertam com o raiar do Sol
Não rimo, não dou ritmo, não sigo qualquer destino
Caminho meu é o que trilho no momento
O futuro é incerto mas ainda assim o invento
De mil maneiras num distante pensamento
Sem querer descubro a solidão, que me arrasta para junto dela sem qualquer perdão
Voando calada voo rasante
Espreito quem desejo e evito o dia
Não dou pista, não falo, não demonstro
Sinto por dentro tudo aquilo que queria expressar sem poder
Hoje eu choro por um amor perdido, amanhã sorrio com os traços angelicais, embora sozinha
Eu sou assim, simplesmente complexa
Indecifrável para os fracos de espírito e sem personalidade
Um ser encantadoramente adorável e leal aos seus amigos
A que sente saudade de detalhes bobos e pequenos, épocas distantes
Uma vez que viajando em meus planos, sonhos, alegrias, tristezas e lembranças, é difícil voltar.


"Não sei quais são as causas, nem quais serão as consequências
(A borboleta bate as asas e o vento vira violência)
Não sei a soma exata, só a ordem de grandeza
Não sermos literais às vezes faz nossa beleza
Às vezes faz nossa cabeça 
Um par de olhos, um pôr de sol
Às vezes faz a diferença
Tentei ficar na minha
Tentei ficar contigo
O que há de mais moderno 
Ainda é um sonho muito antigo
Tentei ser teu futuro
Tentei ser teu amigo
O que há de mais seguro
Também corre perigo
Não sei a quantas anda, é da nossa natureza
Não saber o que fazer às vezes faz nossa certeza
Às vezes faz nossa cabeça
Um par de olhos, um pôr de sol
Às vezes faz a diferença ... "
Sei Não - Engenheiros do Hawaii






Sei Não - Engenheiros do Hawaii

terça-feira, março 01, 2011

Alone, I follow into my footsteps



Ele ainda permanece aqui de alguma forma ...
Não se foi de maneira alguma
Estava apenas enclausurado lá dentro
Não sei de onde ele veio ...
Eu pensei que estivesse tudo bem (It's finally over! ...)
Não, não é verdade!
De alguma forma ele ainda continua intocável
Mas é tão impossível .... Pelo menos ao meu ver
Mas espere ....
Rebusquei os dados e informações há muito perdidos por aqui
E vejam! São apenas lembranças ....
Agora entendo que não posso seguir assim
Estou sozinha ....
Seguindo sozinha, continuo
Apenas assim consigo seguir bem
E não há remédio que me cure disso.