Lost in reverie

Lost in reverie

domingo, março 20, 2011

Phoenix







Eu provo o amaro da solidão e o seu doce veneno
Implantando e arraigando a dúvida e o medo veementemente
Uma dança de memórias vivas nas florestas da noite
A Lua cheia desaparecera em meio a tempestade iminente
A adrenalina percorre as veias num ritmo alucinante
Os pensamentos e ideias voam com o vento, sem fronteiras
São irregulares, formas distorcidas e dançantes
Beijando-me o vento sopra num toque gélido, à morte beira
Virtude e defeito se misturam no ar congelante
O fogo iluminando pouco, queimando lento
O calor proveniente não é suficiente para me aquecer, calor latente
O suave barulho das brasas não é capaz de me dar acalento
Eu sinto o mundo desabando atrás de mim
Dos meus passos eu vejo o passado surgindo involuntário
Mas eu sei que ainda posso vencer, me acostumar, não é o fim
Mesmo que das chamas eu tenha que surgir, a solidão vencida será
Escolha feita, malas prontas e um futuro sozinho a seguir ....




Das noites escuras eu me lembrarei,
Quando todos os ventos se calarem e eu não tiver alguém
Eu lembrarei de você e das coisas que em comum nós temos.
Eu te deixo, sozinho, seguir o teu caminho
E cuido para que aquilo que construímos não se auto destrua
Cuido para que o meu amor não passe dos limites aceitáveis
Zelando por ter teu carinho, não quero perdê-lo
É por isso que sozinha seguirei ... Se não me cabe escolher com quem ficar, também não o quero
Não o quero mais como outrora já desejei lhe possuir
Só quero o teu bem e a tua felicidade, sempre.











Autumn Twilight - Rhapsody of Fire


quarta-feira, março 16, 2011

Outra Dimensão




A canção parou de tocar. Será que as caixas de som emudeceram ? Perderam o som, o tom, o caminho. Deram passagem ao surgimento da dúvida. Será que o caminho seria encontrado e retomado pelos acordes e melodia ? Voltaria, algum dia, a tocar as notas que outrora me tocaram ? Ah! ...
Como eram suaves as batidas que embalavam meus sentidos. As emoções afloravam em evidência, num arrepio da pele. A sequência de notas progredindo pouco a pouco, elevando a excitação e a expectativa, chegando a um clímax auditivo de intenso deleite. E numa viagem transcendental, ultrapassava o ténue limite entre o que é real e o figurativo. E quando totalmente envolvido num ecstasy, subitamente a urgência da melodia torna-se calmaria e suavidade. A volta do mundo paralelo.
Mas já não tocam mais. As caixas de som da minha vitrola pararam, estão caladas. Me sinto preso de novo à realidade e não consigo ultrapassar a fronteira que me divide do ideal. Com elas em silêncio, sinto-me deslocado de mim mesmo. É como se habitasse um corpo estranho ... Preciso da música. É ela quem move meu ser e estar.










Shine on You Crazy Diamond - Pink Floyd


segunda-feira, março 14, 2011

Time for Changing




A porta fechada.
Você deve destrancar, achar a chave e correr para dentro ou para fora
O que você quer ? Escapar ? Investir ?
Mudar a vida tomando alguns passos necessários
Mudar drasticamente ? Definitivamente ? Dar um tempo ?
É tudo uma questão de se achar a chave
Se ela está presa em um elo perdido, ache a solução para resolver o quebra-cabeças
Junte as peças e encaixe-as para a liberdade
Fazendo com que tudo torne-se um pouco mais simples e possa respirar
Se algo lhe prende, diga adeus
Às vezes a mudança, a passagem para uma outra fase, torna-se necessariamente obrigatória
O medo é natural, desistir é opcional
Mas não há muitos lugares para onde se possa correr, não é mesmo ?
Se o dia de mudar chegou, enfrente ...
Melhor do que tentar mudar a direção dos ventos e frustrar-se, por mais tarde ver que de nada adiantou
So, LET'S GO AHEAD!











Dream Theater - A Rite of Passage


domingo, março 13, 2011

Desabrigo







Hoje, deitada na cama, sob um dia perfeito de chuva e céu escuro, senti algo que há muito não sabia existir. O quarto estava pálido, sóbrio. As letras do livro o qual eu tentava arduamente ler começaram a embaralhar-se, formando códigos ilegíveis, indecifráveis. 
Um turbilhão fazia com que meu corpo estremecesse e me lançava contra os meus muros de proteção. Eu tentava escapar, mas dentro de mim não há refúgio para eu mesma. Todos guardados sãos e salvos, mas eu sobrava em algum canto desprotegido e totalmente vulnerável. Eu não consigo fugir do que eu sinto. 
A convivência 24 horas comigo mesma fez-me fechar algumas portas e abrir os olhos. Sentir com intensidade o que me dá prazer descomunal, alegria intensa e trajada. Trajes galantes e sorrisos emoldurados numa face fria. O caminho por detrás perfumado pela fragrância excepcional e marcante de quem sabe o que quer e nada pode-se fazer à respeito. 
Eu desejei outrora ser como o pássaro, livre de tudo. Mas aprendi, observando cada passo e suas consequências, que não posso privar-me das obrigações e dos meus objetivos. Devo lutar por eles até o fim (seja a sua conquista ou o meu próprio fim). E não os desisto mesmo sob enfrentamento de desejos. E meu desejo agora opõe-se ao que realmente posso. Está num horizonte que, distante, mistura-se com as cores de um Sol tímido tentando penetrar as nuvens pesadas. Mas também aprendi que esse desejo não posso deter. É um amor mental. É um amor alter ego.