Lost in reverie

Lost in reverie

sábado, maio 25, 2013

Life



She might take us down
She'll never die
The one who sings
Songs of life and death
The fall, the pain
We can hear the cries from the top
The mountains sing their own songs
They sing sadly
The melody no one wants to hear
She caused
The suffering we see
Men's faces are red and covered
With the blood of their beloveds
She killed all of them
She burned their souls
She made just the way she wanted
The way it's always been
Nothing's changed
But at the same time
We may hear screams
Of happiness and enjoyment
It's heard laughs from the top
Still the mountains are sad
The smiles are given away
In an inocent face of a child
Who just received a gift
And She didn't stop it
Because She lets life go as well
Both sides of the sword
Her good and her bad
It's always shown
For all of us
And we must face Her
No matter what
Because eventhough we cry
We laugh too
We love being here

sábado, dezembro 15, 2012

Dance of Thoughts







         O dia era tão calmo e silente que mais parecia uma cidade fantasma do que a capital. As nuvens cubriam o céu azul num tom cinza estonteantemente belo. O ônibus seguia sua rota sem qualquer intervenção de outros carros. E nele eu ia, viajando pelos cenários de minha amada cidade. Mas viajando principalmente pelos pensamentos que consomem a minha jovem alma solitária em meio ao urbano. Deveras a calmaria contribuia bastante para que a solidão se solidificasse no meu estado de espírito aquele dia.
         Que dia lindo! É bom pensar. É bom estar sozinho, de vez em quando. É bom lembrar e relembrar coisas que não voltam. Repensar os erros, recordar com carinho os tempos que foram bons. Pensar nos velhos amigos, nas loucuras juvenis, nas antigas paixões, nos velhos gostos que permanecem ou não os mesmos. É bom ver a progressão da vida. Será que estamos onde queríamos estar? Será que mudamos muito no nosso jeito, no nosso modo de viver, no nosso modo de tratar as pessoas ou de ver as coisas? Será que realizamos aquilo que nos propusemos antes? Será que muitas coisas foram deixadas de lado por não importarem mais? Ou será que desistimos de algumas coisas por mera fraqueza?
         Ah, são tantas coisas que atravessam a mente! Como decidir no que pensar? As coisas só vêm, de fato. E minha cabeça dançava, trocando de par todo o tempo. Ora num pensamento, ora noutro. E o baile seguiu assim durante a quase uma hora que permaneci no ônibus. O caminho é longo, mas a mente é tão mais do que apenas uma hora. E mal sobrou tempo para pensar em tantas coisas mais...

sábado, outubro 20, 2012

Fim de Tarde no Cerrado




Deitada na rede, com as pernas entrelaçadas nas de minha mãe, hoje senti o frescor da brisa de primavera num fim de tarde estonteantemente belo. O céu vestido de um azul pacífico, com nuvens em formatos que variavam de cachorrinhos correndo a alienígenas saídos de um filme de ficção científica. A rede ia de um lado a outro, sem a pressa de uma sexta-feira tradicional. Conversas de mãe e filha, com tal cumplicidade invejável, adentrando a tarde que ia ficando mais bonita com a proximidade do crepúsculo.
Não fosse o calor que fazia, eu teria apreciado um pouco mais. Mas contento-me em saber que minha mãe assim prefere. O Sol ia cada vez mais para perto do horizonte, e logo entrei para me arrumar à fim de ir à casa de meu pai. Me despedi, e fui. Subindo as ruas, comecei a admirar os tons que o sol mais alaranjado criava no ambiente ao meu redor. O verde das árvores e as cores das casas ligeiramente modificados, obras primas. Um ar primaveril revigorante. Fiquei como boba olhando para o céu de poucas nuvens enquanto caminhava, já chegando na casa de meu pai.
Com isso, me pus a pensar: será que muitas pessoas param para apreciar as coisas simples, como um fim de tarde bonito, do dia-a-dia? Vejo tanta gente correndo e sufocadamente atarefadas, sem tempo nem mesmo de ter uma noite tranquila com um sono de qualidade, que eu não sei quantas pessoas param para reparar na beleza das coisas simples. É tão revigorante e prazeroso observar essas coisas, e acho que poucas pessoas sabem o valor disso.

sexta-feira, outubro 19, 2012

Humanidade




Era inverno. O frio açoitava os passantes da rodoviária que, como de costume, estava lotada. Era por volta das 9h30 da manhã. Havia pego o 229.1, e por volta daquele horário, lá estava eu, na minha rotina de ir para a UnB. Passando por entre a multidão, dirigindo-me à fila do 110, eis que me deparo com uma cena, no mínimo, comovente.
Um morador de rua, dos bem típicos, maltrapilho e sujo, estava sentado encostando-se numa das pilastras de sustentação. Ele estava tomando o que poderia ser sua única refeição no dia. Acredito que fosse um um pão ou biscoito de queijo, não tive tempo de reparar direito. O que não é um fato extra ordinário, de fato. Ele estava comendo, ótimo! O detalhe que realmente me impressionou profundamente foi que, ele estava dividindo aquele pãozinho com um gatinho de rua, igualmente sujinho e com aparência sofrida. Incrível! Uma pessoa que não tem nem meios de comer regularmente dividindo sua refeição com um animalzinho igualmente indefeso! A humanidade dessa cena me comoveu. Humanidade essa que às vezes penso ser extinta. Humanidade que creio que quase ninguém teve a decência de notar, com seu dia corrido e agendas lotadas. A cegueira da rotina. Eu percebi que muitas pessoas apenas passavam perto dos dois, mas nem sequer dirigiam o olhar aos dois. Mas não pude deixar de notar.
Me arrependo apenas de não ter ido ajudar ao homem e o gato. Queria poder ter dado algo a mais àquelas duas criaturas, e ter alegrado um pouco mais o dia dos dois. Mas o ônibus já se apressava e a fila estava quase pelo fim. As ruas não perdoam, nem os professores pelos atrasos. Mas confesso que fiquei com a consciência ligeiramente pesada depois de não os ter ajudado naquele momento. 
A cena continua comigo, como um marco de uma gentileza que raramente vemos hoje em dia. Quisera eu poder lembrar o rosto do homem e ir atrás dele para dizer o quanto eu o admiro. Quisera eu poder ajudá-lo com algo que fizesse realmente diferença na vida de quem me pareceu ser tão dócil num ato tão singelo. E fui-me no ônibus, pensando que nem tudo está perdido.