Lost in reverie

Lost in reverie

segunda-feira, dezembro 06, 2010

À sete chaves



23/10/11

Eu estava cega naquela montanha. Eu havia perdido-me e nem sabia por onde eu tinha vindo. Neblina, neve, vento, frio, solidão, um toque de culpa, um pouco de dó própria. Ri-me do absurdo, senti um vento mudo, sozinha eu caí. Desfaleci no vão da noite, na dor do frio. Senti frio e dor e vazio, senti meus pulsos e meu sangue correndo lento pelo corpo quase que totalmente congelado, senti-me viva quando a necessidade de sobreviver bateu em minha porta. Tentei para o processo de auto-flagelação, de auto-apiedação. Corri na escuridão, busquei uma razão para seguir sem desistir. Habitei a memória, a saudade, o amor que deixei para trás por algo que nem era exato. Confiei no erro, desconfiei do certo. Busquei, em vão, algo melhor. Mas completo de verdade, era só o amor que eu podia sentir. E eu não o quis. Não o quis por medo, por vergonha, por besteira. Fui trancar-me à sete chaves no abismo da solidão. E que o descansar agora fosse longo o suficiente para esquecer-me dos arrependimentos. Que quando eu despertasse fosse uma nublada manhã de outono, com um bom chá ao lado da cama.

Tempos ruins, eu acho .... rs!

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